CONVIVÊNCIA HUMANA PARA PROMOVER O CRESCIMENTO
Nestes 22 anos de instalação do Vivaio Paisagismo, onde aconteceram cursos, eventos, encontros e 35 de profissão como paisagista, ambientalista e amante das artes tenho percebido o quanto a convivência e a troca de experiências é crucial para o desenvolvimento de nós, seres humanos.
Oscar Niemeyer, o genial arquiteto brasileiro dizia "a arquitetura não importa, o que importa é o ser humano"... seu pensamento humanista refletia suas convicções políticas, era socialista.
A profissão de arquiteto dá essa dimensão humanista e permite uma formação ampla. Não é raro um arquiteto fotógrafo, artista plástico, músico, enfim... na minha geração a formação era mais ainda plural do que hoje, onde me parece ser mais técnica e voltada para o projeto propriamente dito e para o urbanismo, áreas igualmente fascinantes.
Desde a faculdade me encantou a fotografia, usamos muito este recurso trabalhando diretamente nos laboratórios, no escuro da sala de revelação, preparando trabalhos para as áreas de linguagem visual, desenho, história da arte, desenho do objeto, etc.
Depois o encantamento se deu em um curso de paisagismo com o Dr. Hermes Moreira de Souza, eng. agronomo e pesquisador emérito do Instituto Agronômico de Campinas, grande estudioso da flora brasileira.
Naquele tempo , 37 anos atráz, exibia uma coleção de slides garimpados nas suas incursões pelo interior do Brasil em busca de árvores espetaculares, desconhecidas pelo grande público, especialmente pelos paisagistas de então. Não havia nenhuma literatura sobre o assunto, os poucos livros que tínhamos eram importados, geralmente em espanhol e tratando da flora estrangeira.
Roberto Burle Marx, foi também outra referência importante na minha formação. Era considerado o artista que "pintava com as plantas", era também pintor de telas, desehista, mosaicista, cantor. Seus jardins eram grandes painéis de cores, formas e texturas. Deixou um legado importante, seu sítio em Guaratiba, RJ que doou para o IPHAN_ Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, com milhares de espécies de plantas brasileiras e exóticas para o deleite dos pesquisadores e amantes do verde.
Burle Marx, muitas vezes visitou o congresso nacional para promover palestras sobre o desmatamento da Amazônia, na época com a construção da polêmica Transamazônica (décadas 1970/80) Roberto Burle Marx Arte & Paisagem. José Tabacow, Studio Nobel
Aqui da minha pequenez diante desses "monstros sagrados" do paisagismo, volto a dizer: o paisagismo não importa, o que importa são as relações humanas.
Quantas vezes encontrando com pessoas em várias ocasiões surgem conversas sobre as plantas, verdadeiros apaixonados por orquídeas, árvores, rosas, ervas medicinais, pancs (plantas alimentícias não convencionais).., uma infinidade de espécies que encantam e trazem vida à nossa breve e limitada vida!
Viver apaixonado, eis o segredo da felicidade!
Tratarei na próxima postagem, desse fascinante assunto.
GRATIDÃO!
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